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segunda-feira, 27 de novembro de 2017
O curso de um rio
Este navio não segue o curso
de um rio.
Enroscado nas redes
que o enredam
não se inventa de outra
forma
E não ousa pensar-se
nem como um veleiro
passageiro.
No descampado mar
que o acolhe, naõ percebe
que é a si mesmo que estorna
ao afogar-se no ocaso
do que é apenas ensaio
mas que pensa ser destino
quarta-feira, 15 de novembro de 2017
Sobre pontes
Se um menino sai de uma palavra
Por que um navio não pode sair
de um destino?
Por que os sonhos não podem sair
de um horizonte?
se nas pontes
interrompidas pela noite
passam tantos e tantos
caminhantes
Por que um navio não pode sair
de um destino?
Por que os sonhos não podem sair
de um horizonte?
se nas pontes
interrompidas pela noite
passam tantos e tantos
caminhantes
quarta-feira, 1 de novembro de 2017
Redes de vento
Trabalhar o mar
trabalhar as mãos talhadas pelo tempo
com elas esculpo signos
tenazmente pela madrugada
Com elas movo moinhos
que me movem por países de silêncio
onde espreito as palavras
com minhas redes de vento
Esta é a função que exerço
semear no chão das falas
Esta é a função que entendo
noite adentro com as palavras
por estações de vocábulos
e calendários de águas
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