Eu já fiz de todas as noites o cobertor para esquecer teus olhos mas as estrelas te retornavam. Já fiz para os emissários do amor as cartas com as sinfonias da terra. Fiz o silêncio obsequioso dos que erraram, e contei a areia do mar como forma de matar o tempo. Agora todas as balsas para atravessar o dilúvio se dispersaram. Nesta madrugada em que já não estais e as palavras se soltaram da fonte de seu sentido
Arrastavam para dentro do mar as redes com a quebração da aurora Assim como o mesmo enredo de suas vidas caladas No mar que não tem cabelos nem cercas em suas jornadas traziam para salgar os peixes que o mar deixava Usando do mesmo sal de suas vidas largadas