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quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Enseada


Eu a despi pouco a pouco
uma mulher tão linda
que tinha o gosto das águas
Nos olhos as luzes do porto
nos seios toda suada pelo
alvoroço e o abandono
chamava-me de  meu amor
e o mar era nossa enseada

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Sob o brilho da lua


Que posso mais eu querer
o rei que deixou-te nua?
A noite traz labaredas
que ponho nos meus afagos
O amor é um rio doce
que  me abres em teu  corpo
E tudo em torno é silêncio
menos o brilho da lua
que testemunha teus seios
só para mim apontados
enquanto teus beijos me levam
para um país encantado

Veleiro passageiro

Este navio não segue o curso
de um rio.
Enroscado nas redes
que o enredam
não se inventa de outra
forma
E não ousa pensar-se
nem como um veleiro
passageiro.
No descampado mar
que o acolhe, não percebe
que é a si mesmo que estorna
ao afogar-se no ocaso
do que é apenas ensaio
mas que pensa ser destino

sábado, 19 de janeiro de 2019

Agosto

Agosto se despede
com as águas das enxurradas
nas ruas eu jogo as tarrafas
nos horizontes sem fim

Qual veleiros

Aqui onde  nasce o mar
nunca chega teus olhos
de mim para sempre distantes
qual veleiros no horizonte

domingo, 6 de janeiro de 2019

Comensal das águas



Então foi do mar que me veio as palavras 
e eu que era um menino de vento
a seguir  barcos e enseadas
tornei-me um  comensal das águas

sábado, 5 de janeiro de 2019

O poema de água



             

Não que fosse do mar
a tez da tua pele
Os mapas para te achar
perderam-se pelas estradas
não as reais pedra ou água
ou das almas velejadas

O mapa para te achar
perdeu-se nessas ruelas
na argila do teu silêncio
distinto do oceano
e tudo o que vivemos