O sol do cosmos na carne viva
Caminho com as costelas quebradas
de outra vida
A mulher que acorda os pescadores
Levanta-se cedo para fertilizar o mundo
Levanta-se suada e linda, antes do nascer do sol
com as palavras que a saciam já entranhadas
na carne, mas que desconhecem sua alma de menina.
A mulher que acorda os pescadores finge não saber
o que os poetas sabem
Aqui te entrego o meu corpo cumprido
Os olhos já opacos sem mais brilho.Os braços
sem os músculos do olimpo. Uma tímida barriga
debruçada. Uns cabelos ralos desgarrados.
Te entrego minhas mãos cansadas, com as manchas
senis das estradas. As longas memórias
remotas.
Os curtos descuidos dos instantes
e uma alma errante e adestrada
para dublar o já vivido