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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Altar dar ruas

Não foi o homem cego
que não atravessou a cidade
com as mensagens oceânicas
que ficaram por ser ditas
Não foi o topo da ilha
onde se largaram
no movimento das águas

Vidraceiro de mãos cortadas
menino ambulante com mãos de amendoim
não vendido
vendedor de cocada expulso
de seu pequeno reino
moça atirada do trem
homem sonhador morto
estatístico cansado de toda estatística

Para onde iremos depois de tudo
perambulantes das noites
entre multidões sedadas
Com os anos da inocência esquecidos
com os andaimes das horas esgotando-se

Senhor convidado para o jantar
mulher culta do olhar desolado
para onde iremos
sem as palavras
do altar das ruas?

                                           Francisco Orban

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