Vejo em teu rosto uma integridade tão bela que a mim me pergunto se não o guardarei para sempre pelas estações da terra
Queria beijar-te andar junto contigo correr pelo corredor da noite E contar-te que fui um menino de vento e que já te amava mesmo antes de amar os navios já te amava, quando tudo ainda era o perfume da possibilidade e a areia do amor escorria por nossas mãos nas tardes abertas pelo sentimento de saber que o amor estava ao nosso alcance como os navios,a poesia e os carnavais
O que aconteceu me pergunto? E mudo sigo pela cidade com a foto do teu rosto no coração,
Um tempo sem fim para viver sem saber o que a febre do nosso amor nos traria com sua leveza seu estado de comunhão e alegria
Pergunto agora aos veleiros Por que te aceno em vão, pelo mundo E por que a mim couberam as mãos dos que esperaram tudo? e novamente me vejo diante de teu rosto de uma integridade tão bela que meu amor te seguirá para sempre pelas estações da terra Como um dia, a mim seguiram Os navios, a poesia e os carnavais
(Do livro de Francisco Orban- Recomendações
aos sonhadores- Prêmio Cecília Meireles de poesia-
União Brasileira de escritores-2002)
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