Total de visualizações de página

terça-feira, 2 de abril de 2024

Janeiro e o mar

 Eis  a prova de que janeiro antecedeu o mar, quando navegávamos errantes em um mundo que antecedia os nomes. Eis que janeiro nos navegou pelos barcos dos acasos e já não há como voltar. Eis que Janeiro se desdobrou e trago nos olhos o êxtase de sua estação. Agora quero  abraçar janeiro, sem as neblinas que se tornam antolhos. Se assim cegos voltam os navios negreiros, se assim cegos não teremos mais  enseadas, se assim cegos restará uma longa espera. Um dia sangrei os navios e depois os desovei no mar. Um dia desci pelo quebranto da aurora. Janeiro não pertence mais as águas. Janeiro agora é só uma cilada. O escalpo aguado de um sonho.

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário