Incumbir-me do mar foi tarefa maior que o
meu sonho. Nisto falhei, mas a sombra luminosa de um poema me acompanha. Nas
suas dunas eu cresço, pois conheço os endereços, ruas e vilas, onde me levam as
palavras. Sou do mar e habito paisagens náufragas. Nas costas das palavras
esculpo a senha dos militantes da noite. Agora quebro os ossos da matéria e o
que ficou do nosso amor errante. Deito-te sobre a palha dos poemas emigrados
das metáforas incertas. A lua próxima do teu rosto te espreita. Teus seios
apontados para o meu delírio me afagam. Sou aquele que retorna ao dia.
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