As
palavras pelo mundo
eram
puro movimento
A cada
momento as buscava
com minhas redes de vento
A cada
instante as jogava
como
bumerangues ao nada
mas para
mim retornavam
num movimento crescente
Voltavam
como cardumes
de
peixes de mares fundos
ou mesmo
como matilhas
de
coisas ainda não ditas
Pousavam
sempre inocentes
nas
noites feitas de águas
com seus
semblantes de luz
em meu coração de enseadas
Mas
nossos laços de sangue
um dia
fizeram-me ver
que elas
eram de facas
de
terremoto e armadilha
Elas sim
que nos criavam
Éramos o
bumerangue
Nenhum comentário:
Postar um comentário