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sábado, 7 de dezembro de 2013

Bumerangue


    

As palavras pelo mundo
eram puro movimento
A cada momento as buscava
com minhas redes de vento
A cada instante as jogava
como   bumerangues ao nada
mas para mim retornavam
num movimento crescente
Voltavam como cardumes
de peixes de mares fundos
ou mesmo  como matilhas
de coisas ainda não ditas
Pousavam sempre inocentes
nas noites feitas de águas
com seus semblantes de luz
em meu coração de enseadas
Mas nossos laços de sangue
um dia fizeram-me ver
que elas eram de facas 
de terremoto e armadilha
Elas sim que nos criavam
Éramos o bumerangue




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