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domingo, 22 de dezembro de 2013
O Poema de areia
Vejo em teu rosto
uma integridade tão bela
que a mim me pergunto
se não o guardarei para sempre
pelas estações da terra
Queria beijar-te
andar junto contigo
correr pelo corredor da noite
E contar-te que fui um menino
de vento
e que já te amava
mesmo antes de amar os navios,
já te amava quando tudo ainda
era o perfume da possibilidade
e a areia do amor
escorria por nossas mãos
nas tardes abertas
pelo sentimento de saber
que o amor estava ao nosso alcance
como os navios a poesia e os carnavais
O que aconteceu?
me pergunto
E mudo sigo pela cidade
com a foto do teu rosto
no coração
Um tempo sem fim
ainda falta
para viver sem saber
o que a febre do nosso amor
nos traria
com sua leveza
seu estado de comunhão
e alegria.
Pergunto agora aos navios
Por que te aceno em vão pelo mundo
E por que a mim couberam as mãos
dos que esperaram tudo
e novamente me vejo
diante de teu rosto
de uma integridade tão bela
que meu amor te seguirá
para sempre pelas estações da terra
Como um dia a mim seguiram
Os navios a poesia e os carnavais.
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