Total de visualizações de página

sábado, 23 de abril de 2011

Calçada das horas


 

  Salta a lua na noite. Tudo é a imensidão do agora. Aqui estou no epicentro de um rio. Mas a mão de uma menina me busca e me leva para a calçada das horas. Em sua tez sinto a tez das águas. Ela me diz dos caminhos do mundo, onde a esperança deságua.
  No meio da chuva estava a infância, como uma granada calada. Levou-me pelas ruas do tempo, onde os piões e as palavras dormem ainda em estado nulo. Salta o crepúsculo sobre muros e brotam poemas que se guardam.  Ao ir-se com um beijo em meu rosto, me diz que não há abismos, apenas canções descuidadas

Do livro de Francisco Orban, Leilão de acasos, lançado no dia 5 de maio de 2011, no Museu da República


Nenhum comentário:

Postar um comentário