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domingo, 3 de fevereiro de 2013

Navios


Como tirar um navio
dos estaleiros do coração
se um navio não cabe
nas ruas da cidade?

E como drenar seus rios
com suas tardes
de  repousos oceânicos
e descansos pelas estações
dos mares?

Como tirar um navio do coração
sem comprometer
a rota de seus rumos
e seu adorno de velas brancas?

Como resgatá-lo
com seu sangue aguado
pelo afago das maresias
e seu dorso silenciado
pelas noites adernadas
nas estradas de mar
desse  mundo?

Como tirar um navio
do coração
gestado nos estaleiros
das palavras
desse breve poeta
que navegou sempre
no impossível da alma?

             Francisco Orban



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