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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Sob as estrelas

Vem, que eu quero arrancar a febre do teu desejo
e te dar com uma das mãos um rio e com a outra
um beijo. Vem, que eu quero te oferecer o caminho
dos vilarejos de vento e te levar para os navios
do amanhã e transformar a tua dor em algodão doce.
Pois, aqui, onde estou sob a noite desabada, só pros-
sigo porque vou no lombo dos poemas, que passam
por estradas que vão dar no caminho do sol.
Fica comigo nessa noite de estrelas e águas, onde
eu recolha as folhas secas dos poemas e com elas
faça um leito para ti.Uma migração de estrelas azuis
pousará em teu rosto. Uma multidão de pequenos
seres vindos dos confins da terra fará vigília em torno
de nós e assistirá nascer uma nova serenidade em teu
rosto

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