O APARADOR DE SONHOS
Francisco Orban
O menino entrou pela casa com o Aparador de
sonhos nas mãos. A princípio o bizarro artefato só meu causou curiosidade. O Aparador
de sonhos era um pequeno objeto xamânico , constituído de uma diminuta argola revestida de uma rede, e
ornamentada com uma pena de ave em forma de haste. Rezava a lenda que os sonhos maus ficavam ali para sempre
retidos. Eu, com o meu realismo, estava no século XXI, num mundo abarrotado de
razão, equações quânticas e máquinas de
toda ordem, mas ele com seus oito anos, estava no primeiro século da história
humana e para a sua mente o aparador de sonhos era uma realidade tão concreta,
quanto os alaridos dos milhões de carros que corrompiam a tarde e as ruas em torno de nossa casa. Durante
quase uma hora conversamos e o menino dissertou sobre a profunda necessidade
daquele artefato lírico, capaz de retirar dos homens os tormentos do
inconsciente e lhes devolver a paz dos verdadeiros sonhadores. Aos poucos fui
envolvendo-me com seus argumentos, embora reconheça que no início minha
aquiescência era mais uma estratégia para lhe fazer contar seu sonho. Acho que fui conquistado pela candura dos
que creem. – se não acredita faça você mesmo a experiência- disse-me então o
menino, em certo momento com a voz quase chorosa. Então aceitei o desafio.
Levei o Aparador de sonhos para casa, cercado de toda sorte de recomendações,
pois o mesmo não funciona próximo às pessoas ressentidas, nem nas mãos dos que
se perderam de si mesmos. Em casa coloquei o pequeno artefato em cima da cômoda
e dormi exausto. Ali estava eu, fora da área de conforto da razão, quando
acordei na manhã seguinte com uma disposição que não tinha há anos. Na noite
seguinte... (Continuação no link abaixo)
https://www.amazon.com/aparador-sonhos-Portuguese-Francisco-Orban-ebook/dp/B010TYB46K
Nenhum comentário:
Postar um comentário