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segunda-feira, 15 de julho de 2024

Precário destino

 


 Há muito que o mar me trouxe

 como pele suas algas

Os ventos batem afoitos

nos cascalhos do meu rosto

Movido por um Deus mudo

sigo atento pelas dunas

do areal que ficou

do que um dia foi só água

Há muito que o mar deixou-me

como saga seus navios

e suas escunas brancas

com as tarrafas da esperança

Das coisas do mar e do mundo

eu sou tecelão e causa

arando com as palavras

os semblates das jangadas

Seguindo suas calçadas

perscrutando seus caminhos

eu dou um sentido maior

ao meu precário destino

catando búzios do mar

como acordes espalhados

neste areal de silêncio

onde estrelas fazem

pausas

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