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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Contraponto



Não sejas tão perene
pois esta vida se alimenta
de ti mesmo
e tua mesa posta é só um breve vento
a abrir janelas e fechar portas

Não sejas tão perene
que esta vida que te foi imposta
de ti mesmo tem apenas
o semblante
com o qual encenas
arremedos

Não sejas tão perene
que desta vida que te foi
tirada
ficará aqui
muito pouco
e nem o pó
guardará tua
mágoa

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