LIVRO RECOMENDAÇÔES AOS SONHADORES
Francisco Orban
(6 de janeiro de 2024)
LIVRO RECOMENDAÇÔES AOS SONHADORES
Francisco Orban
(6 de janeiro de 2024)
Se ser do mar é destino
o que dizer da jangada
de toda jangada do mundoVocê me prometia a eternidade
Por isso eu andava
Do livro "Recomendações aos sonhadores" de Francisco Orban
Do livro "Recomendaçonhadores" de Francisco Orban
Do deserto também
nascem pássaros.Não havia lagos mas o silêncio. E um latifúndio de acasos submersos. E uma estação fria, sem mapa. E a seca dos versos não escritos. Não havia tempo mas um território de ventos e verbos. E uma pequena canoa onde desciam pela grande noite, levando o livro das utopias breves. As que movem o mundo e se ausentam.
Já não te aguardo
foste levada
pelos navios de agostoEu me quedo
com os ossos fatigados
Não foi o homem cego
que não atravessou a cidadeNão é porque dormes
Do livro "Recomendações aos sonhadores" de Francisco Orban
Deixaram os cavalos partir. Agora galopam namorando a lua e seguem o rastro dos ventos. Vindos das águas e das ilhas, correm pela noite como dentro de um transe. Com seus músculos em sintonia com o mundo, os cavalos não sonham as palavras dos homens. Exacerbados pelo enigma que os consome e lhes concede um tempo breve feito de ternura e fúria.
Esse encontro com o mar
não foi acaso;
Eu estive no jardim sem fala
dos esquecidos
e atirei pedras
no grande saguão
da ordem implantada
E me lembrei da vida
dos ciganos
entre milhões de carros
estagnados
E minha gente assistiu
à morte do mundo impossível
e molhou a mão em vastos
horizontes
para acordar em valas
Se esta rua fosse minha
não seria este alagado
de carros e vidas
provisórios
Eu a pontuaria
com os acordes dos violinos
da terra
e em cada esquina ergueria
um parque
com bancos para os homens
sentassem
e pausa para que meditassem
sobre o que fizeram
Se fosse minha
eu a cultuaria com os vinhos
do mundo
e ergueria em cada esquina
um teatro
para que as mulheres com seus
encantos cantassem
pelos que vão nascer
Só no meu peito
- casebre das estações
perdidas
guardei as hastes
dos poemas
arrancados