Recolho do
mar
os poemas
para que
assim
renasçam
com seus
motivos
de vento
Que importa
se me trazem
a exaustão
das estradas
ou os
sudários esquecidos
dos
habitantes do frio
Que importa
se me trazem
a pele
franzida e aguada
do escalpo
de uma estrela
caída da
madrugada
Nos anzóis
do dia-a-dia
fisgo os
poemas
que emergem
da foz de um mundo
não feito
E há sempre
uma safra nova
com seus
motivos e vinhos
Caminho por
meus poemas
pois são
estradas de vento
Caminho
pelo que são
passagem para
a imensidão
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