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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Canção antiga



Por muito menos guardei em mim o mar. Com as juntas dos ossos partidas, refiz-me pouco a pouco das palavras de ordem de uma canção antiga, que falava do esperar. Não sobrou muito depois. Uma vez despojado desses versos, descobri que a encantação me alimentava. Entre as hordas de um  país feito de  noite,  a encantação fora um guia não muito prático para as coisas mais próximas da realidade. 


Hoje, irmanados, nesse ônibus parador, que caminha sem nenhum mapa por um país chamado mundo, penso nesse roteiro vagabundo, do qual não guardei cópia. Lá fora, um horizonte de águas cerca e toma as últimas cidades de nossas biografias. As mesmas cidades em que um dia fomos invencíveis, quando  portávamos em nós a força do touro e a magia dos que se alimentam de transes, como uma manada de sonhadores, em harmonia com seu rebanho.

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