Marina - 1975
Não é porque dormes
Marina
dentro de um país
sitiado
que esquecerei tua luta
nem os versos itinerantes
nem os bancos das praças
onde dormíamos
porque não havia
mais endereços
não é porque caiste
neste cotidiano das palavras
que esquecerei
do espírito do mundo
pregado na nossa pele
quando o mal era uma canção
sem versos
e o bem o silêncio ao longe
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