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terça-feira, 27 de outubro de 2015

Tempo

Tempo
eu andava contigo
pela orla do mar
quando tudo era silêncio
e ventania
E foi assim que vivi
vestido de Carlitos
por dentro da roupa oficial
colhendo em minhas mãos
o rosto das mulheres

Tempo
por ti quebrei e colhi cidades
provei de barcos e naufrágios
mas nunca soube me deter
diante da primeira aurora
diante do primeiro amor
diante do rosto que foi embora
Eu nunca soube me deter


Do livro "Sobrado das horas" de 

          Francisco Orban

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