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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

1975

       As ruas   de   desespero
e lembrança
e os sinos tocando ao longe
A cidade nas mãos
do inimigo
e os duendes nas almas
dos bichos
As ruas de desespero
e lembrança
onde fomos tantos
e tão poucos
onde o gado foi morto
e deu-se a festa
sob um rio de risos
e sangue

        Sob as luzes
das cidades sitiadas
a oferta era o corpo e  a alma
e comprados eram muitos
e tantos
os que foram interrogados
nos hospícios
       nos porões desconhecidos
do esquecido
onde jazem  os sonhadores
caídos
       na noite chamuscada
de imprevistos
As ruas de desespero
e lembrança
a cidade sitiada
e em festa
vinho e sangue
confete e farpa

                                                              


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