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sábado, 18 de janeiro de 2014

Bala Perdida ( Lição Severina)


                                       

A bala é um ser quase mudo
mas se cumpre num estampido
ferindo seres e falas
e a harmonia do mundo

A bala com seu plano sujo
não faz concessão a nada
resvala  pela madrugada
mas só para abrir uma vala

E a madrugada que a acolhe
que afaga vento e estrelas
não sabe que ela é em si
um erro da natureza

Da natureza do homem
que a produz e consome
que a adestra e a solta
como cachorro sem dono









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