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terça-feira, 31 de outubro de 2023

Lampião das palavras

 Espreito as pétalas do poema

 denso de noite e agonia

 Nele residem acesos

 nacos de sabedoria

Nele fica a antiga tessitura

da palavras que em mim

ainda restam

Espreito o que fica do poema

que guarda em seu caroço 

a tez do dia


Espreito este poema

em busca do que fomos antes

das mágoas

Antes de acatar espurias leis

que desataram a tez da madrugada

Antes de apagar

o lampião da palavra


o livro "Terraço das estações"

                                    de Francisco Orban )









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