desprendem-se na madrugada
parecem palavras libertas
entre vaga-lumes e águas
Tecem silenciosas
um caminho pela noite
e eu busco a minha amada
por entre as rotas do vento
E eu busco a que me espera
como um súdito das águas
na claridade do mundo
madrugadas brotam verdes
Sua alma está guardada
junto à minha em segredo
As terças-feiras são cercas
as sextas mares abertos
Uns versos tirei de mim
outros são do meu degredo
Fiz das palavras o vinho
contra o exílio de seus beijos
pois sou exilado dela
como os pandeiros chamados
aos carnavais que retornam
quando já nada se espera
Do livro "Os Anzóis da noite" de Francisco Orban
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