Que
seja janeiro
de
onde emergem as palavras
içadas
dos parapeitos
dos
dias que aqui me chegam
e
se erguem para o nada
Que
seja janeiro
a
foz do primeiro beijo
e
deste copo largado
a
espantar-me de mim mesmo
E
que de janeiro voltem
os
comboios da infância
com
seus navios perdidos
no
dorso dos horizontes
E
que assim janeiro nos deixe
sem
as respostas procuradas a esmo
Só
encontradas nos teus olhos janeiros
e
nessa enseada a que chamo de teu corpo
Do livro "No País dos estaleiros" de Francisco Orban
Do livro "No País dos estaleiros" de Francisco Orban
Nenhum comentário:
Postar um comentário