Seria impossível a noite se os versos soltos não a deflagrassem. Encontrei isso escrito em uma pétala, e depois num búzio desses apagados pelas águas e pelo tempo. De início não liguei, mas algo mudou por dentro. Descobri nas horas seguintes a febre das ausências. O mundo estava pronto. Os pardais dormiam como os sonhadores dividindo os cantos das praças. O verão articulara-se com as cigarras e de certa forma movia a grande engrenagem coletiva que interligava todos os seres. Os mapas que sempre trouxe agora delineavam destinos. A palavra talhada em pétala era uma senha. Ao grande país a ser encontrado não se chegava em círculos. Bem-aventurados os que seguem a linha reta da própria vontade.
Do livro "Os Anzóis da noite" de Francisco Orban
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